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OBREIRO QUE DESTRÓI A CONSTRUÇÃO
Numa pequena vila, cercada por campos verdejantes e bosques frondosos, vivia um líder religioso cuja devoção era tão profunda quanto o oceano. Amado por todos na comunidade, ele compartilhava a Palavra de Deus com sinceridade e amor. Durante anos, liderou sua congregação com integridade, ensinando os sagrados preceitos que aprendera com seus mentores espirituais. No entanto, a tentação da ganância e do orgulho começou a assombrar sua alma.
Impulsionado pelo desejo de poder e prestígio, o pastor passou a distorcer as Escrituras, proclamando ensinamentos falsos e manipulando a fé dos fiéis. Explorava a ingenuidade da congregação, preenchendo seus corações com promessas vazias e interpretações corrompidas da Palavra de Deus. Enquanto a comunidade confiava cegamente em suas palavras, o céu observava em silêncio, aguardando o momento oportuno para intervir.
Certo dia, durante uma tempestade feroz, um raio divino iluminou o céu, anunciando o julgamento dos altos céus. Tomado pelo medo, o líder tentou buscar perdão diante de Deus — mas era tarde demais. A terra se abriu sob seus pés, engolindo-o num abismo de escuridão. Seus clamores ecoaram pela vila, enquanto a justiça divina se manifestava. O abismo era sua própria mente corrompida, onde habitavam os dragões das fraquezas e tentações — os infernos emocionais criados por suas próprias escolhas.
Desde aquele dia, a congregação aprendeu uma lição preciosa: a verdadeira fé não reside na ganância ou na manipulação, mas na humildade e na obediência às Sagradas Escrituras. O “desaparecimento” do líder tornou-se um símbolo sombrio das consequências de abusar da confiança e das verdades do Céu.
Com o passar dos anos, a vila testemunhou o declínio moral dos líderes espirituais que sucederam o pastor caído. Seduzidos pela ganância e pela sede de poder, abandonaram os ensinamentos sagrados em favor de interesses pessoais e ambições terrenas. Os títulos de honra que um dia adornaram esses homens tornaram-se vazios e insignificantes. O brilho de suas vestes clericais foi obscurecido pela sombra da corrupção, e seus nomes se perderam no esquecimento da história.
A comunidade, outrora unida pela fé e pela devoção, agora se via dividida pela desconfiança e pela desilusão. Os corações, antes cheios de esperança, estavam vazios, buscando uma luz que parecia perdida na escuridão da corrupção humana. E assim, como previram os sábios, quando um homem se corrompe, seus títulos morrem com ele, e sua influência desaparece na poeira do tempo.
O legado do líder perdido permaneceu como um lembrete da fragilidade da alma humana e da necessidade constante de vigilância espiritual. Assim como no mito de Hiram Abif — o mestre de obras do Templo de Salomão, assassinado por aqueles que cobiçavam seus segredos e conhecimentos —, a traição e a corrupção podem penetrar até mesmo nos locais mais sagrados.
Um líder cristão caído pode derrubar toda a esperança de uma sociedade. Uma congregação corrompida esmaga o testemunho de Cristo e o crucifica novamente em nome da iniquidade. O líder cristão carrega consigo a chave do caminho; se ele se perde, aqueles que dele dependiam perdem a direção do céu.
Não te aventures a ser um obreiro de Deus se não estás preparado para tamanha responsabilidade — pois ela envolve Céus e Terra. O mundo sempre espera a virtude do cristão, na esperança de que haja, de fato, um caminho justo por onde todos possam caminhar.
Por Mustafi Kuwago
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