A rosa apaixonada


foto: pixabay

LE ROMAN DE LA ROSE


Era uma vez, no século XIX, um velho que contemplava um belo jardim. Entre as flores recém-abertas, havia uma rosa que se destacava por sua beleza singular. "Quem te deu, bela criança, esta flor recém-aberta?" perguntou ele, admirando o esplendor e o aroma da rosa. "Já estou velho, e, no entanto, nunca vi uma rosa tão bela. Que brilho, que doce aroma!"

A rosa, ainda coberta com o orvalho da noite sobre seu caule verde, parecia cintilar com uma lágrima suave. O velho suspirou, desejando poder cultivar algo tão maravilhoso. "Ah, se eu pudesse ter a árvore maravilhosa que fez desabrochar tão bela flor! Eu enxertaria minhas delicadas mudas em seus ramos vigorosos e veria sua seiva generosa regenerar minhas frágeis plantas."

De repente, uma figura apareceu no jardim. Era o Amor, com um sorriso enigmático. "É que você não conhece todas as suas riquezas, ó velho," disse o Amor. "Por que gastar todas as suas carícias nas plantas jovens? Veja ali aquele velho arbusto, mas sempre verde, sempre vivaz; foi lá que colhi o doce botão que supera todos os outros."

Surpreso, o velho olhou para o arbusto indicado pelo Amor. Era um velho arbusto, resistente e perene, que ele sempre ignorara por parecer comum e desgastado. "O quê! Nesse velho jardim francês, onde vejo tantas pedras jogadas, onde ninguém penetrou desde a morte de meus avós?" perguntou o velho incrédulo.

O Amor sorriu novamente. "Sim, mesmo no mais antigo e negligenciado jardim, podem florescer as mais belas flores. A verdadeira beleza e o verdadeiro amor não estão sempre nas coisas novas e jovens, mas podem ser encontrados na sabedoria e na experiência que o tempo traz."

O velho compreendeu, então, que havia subestimado suas próprias riquezas e capacidades. Ele voltou sua atenção para o velho arbusto, agora com um novo apreço, vendo nele a promessa de beleza e amor duradouro. E assim, no crepúsculo de sua vida, ele encontrou uma nova razão para amar e cuidar do jardim de sua alma, percebendo que a verdadeira beleza e amor podem florescer em qualquer lugar, a qualquer momento, se apenas tivermos olhos para vê-los.



AGORA, VAMOS NOS INFORMAR?

Este texto é baseado num escrito poético francês do "Roman de la Rose" (Romance da Rosa) é uma obra literária medieval escrita em francês. A primeira parte foi escrita por Guillaume de Lorris por volta de 1230, e a segunda parte foi completada por Jean de Meun por volta de 1275. O poema é uma alegoria do amor cortês, uma forma de amor idealizada que era comum na literatura medieval.

A obra é dividida em duas partes distintas:

1. **Primeira parte (por Guillaume de Lorris)**: Trata-se de um poema alegórico que descreve a busca do narrador por uma rosa, que simboliza o amor. O narrador adormece e tem um sonho no qual ele está em um jardim de delícias, onde encontra uma rosa que deseja colher. Essa parte do poema é mais leve e segue as convenções do amor cortês, enfatizando a idealização do amor e a delicadeza das relações.

2. **Segunda parte (por Jean de Meun)**: Esta parte é consideravelmente mais longa e mais complexa, introduzindo uma variedade de personagens que discutem sobre diferentes aspectos do amor, filosofia, moralidade, política e sociedade. Jean de Meun incorpora críticas sociais e filosóficas, abordando temas como a corrupção da Igreja e as desigualdades sociais.

"Roman de la Rose" teve uma influência significativa na literatura europeia, sendo amplamente lido e comentado durante a Idade Média e o Renascimento. Ele exemplifica a transição da poesia medieval centrada no amor cortês para uma literatura mais ampla e crítica, abordando questões sociais e filosóficas.

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